Ardósia no Brasil

O estado de Minas Gerais responde por 95% da produção de ardósia do Brasil. As áreas de extração e beneficiamento de ardósias de Minas Gerais estão situadas sobretudo nos municípios de Papagaios (onde localiza-se a mineração MPM Slate), Pompéu, Leandro Ferreira, Martinho Campos, Paraopeba, Caetanópolis, Curvelo e Felixlândia. O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial.

Ardósia em Minas Gerais

Fonte: Feinar (www.feinar.com.br)

A PROVÍNCIA DE ARDÓSIA DE MINAS GERAIS, BRASIL

A produção mundial de ardósias situa-se em 4 milhões de t/ano, sendo de 1,1 milhão t/ano as transações no mercado internacional. O Brasil, através do Estado de Minas Gerais, já ocupa o segundo lugar em termos de produção (Espanha é o primeiro) e de consumo mundial de ardósias (França é o primeiro), além de ser o segundo maior exportador (atrás da Espanha). Esta posição de destaque foi conquistada em apenas 25 anos de atividades mínero-industriais do setor de ardósias de Minas Gerais, o qual responde por 90% dessa produção e processa a quase totalidade das exportações brasileiras.

A produção de ardósias de Minas Gerais totaliza aproximadamente 500 mil toneladas/ano, desdobrando 18 milhões de m 2 de chapas, ladrilhos, tampos de bilhar, telhas e outros produtos. Em 2004 as exportações de ardósias de Minas Gerais atingiram US$ 56,6 milhões, correspondentes a 175,8 mil toneladas. Em valor, essas exportações mostraram crescimento de 45,1% em relação a 2003 e já representam 47,6% das exportações totais de rochas de Minas Gerais.

Ressalta-se que o setor de ardósias de Minas Gerais movimenta cerca de 400 empresas de lavra e de beneficiamento, gerando de 6.000 a 7.000 empregos diretos. Ressalta-se sobretudo que a denominada “Província de Ardósias de Minas Gerais”, com área aproximada de 7.000 km 2, constitui a maior reserva geológica mundial, atualmente conhecida e explorada, de ardósias de alta qualidade.

As áreas de extração e beneficiamento de ardósias de Minas Gerais estão situadas na região central do Estado, a uma distância média de 150 km de Belo Horizonte, abrangendo totalmente o município de Papagaio e parcialmente os municípios de Caetanópolis, Felixlândia, Pompéu, Paraopeba, Curvelo, Martinho Campos e Leandro Ferreira. Cerca de 50 empresas praticam atividades de lavra, em 28 frentes ativas de extração. Mais de 300 empresas, principalmente de pequeno porte, desenvolvem atividades de beneficiamento nos municípios produtores, tornando o setor de ardósias um dos principais segmentos sócio-econômicos da região.

O principal foco de extração e beneficiamento da Província é o município de Papagaio, que concentra cerca de 80% do total da produção. A principal variedade produzida é a ardósia cinza, seguida das ardósias verdes, ferrugem, grafite, pretas e roxas. O principal produto comercial, ao qual se remete pelo menos 70% da industrialização, é a lajota padronizada com face natural, utilizada sobretudo para revestimento de pisos.

Além dos padrões cromáticos variados, proporcionados tanto por faces polidas quanto naturais, as ardósias se destacam em revestimentos internos pela grande afinidade estética com madeiras, metais e tapeçarias. Somam-se a tais atributos estéticos, a durabilidade dos revestimentos de ardósia e a facilidade de sua manutenção e limpeza, o que lhes assegura grande confiabilidade na construção civil.

As propriedades físicas das ardósias (clivagem preferencial, dureza média, baixa porosidade, alta resistência mecânica, minerais constituintes resistentes ao intemperismo, etc.), permitem sua ampla utilização como revestimento em ambientes internos e externos das edificações.

Segundo especificações norte-americanas, baseadas na norma ASTM C406 para telhas de ardósia, as variedades acinzentadas da Província são enquadradas na Classe 1 quanto à absorção d´água e resistência a ácidos, o que sugere durabilidade de 75 anos ou mais em áreas externas.

O mercado externo demanda produtos bem elaborados, esquadrejados e calibrados, em dimensões precisas. O aumento recente das exportações brasileiras, sobretudo de lajotas para pisos, tampos de bilhar, chapas polidas e telhas, constitui desdobramento do contínuo aparelhamento tecnológico e profissionalização das empresas de Minas Gerais.

Os dados tecnológicos disponíveis indicam que as ardósias da Província competem em qualidade com os melhores produtos dos diversos jazimentos mundiais. Além dos custos menores e maior produtividade na lavra, as ardósias brasileiras constituem um recurso mineral praticamente inesgotável.

As ardósias representam matéria-prima mundialmente conhecida, de ampla utilização para revestimentos e com exploração noticiada desde o século X. Apesar de sua utilização histórica, as ardósias são hoje consideradas o revestimento da modernidade nos mercados norte-americano, europeu e asiático.

Geólogos – Dr. Cid. Chiod Filho e Dra. Denise Kistemann Chiod.